dezembro 10, 2008

CATIVEIRO DE SÃO VICENTE DE PAULO EM TÚNIS, SUA LIBERTACAO, VIAGEM A ROMA (1660-1609)


Desígnios da Providência


Logo após ser ordenado, Vicente foi nomeado vigário de Tilh, perto de Dax, por influência do senhor de Comet. Como era uma paróquia disputada, um padre reivindicou e Vicente voltou para Tolosa para continuar estudando até receber o título de bacharel. Foi a Roma, sob o pontificado de Clemente VIII, falecido em 1605, mas logo voltou para o pensionato onde morava e mantinha um grupo um alunos onde era preceptor. O duque d´Epernom, amigo íntimo de Henrique IV quis forçar Vicente a aceitar a sede episcopal.
Ao voltar de Bordéus para Tolosa soube que uma senhora tinha deixado todos os seus bens para ele. Essa ajuda contribuiu para ele poder pagar a universidade e receber os diplomas. O advogado dessa senhora quis dar o golpe e ficar com o dinheiro de Vicente, mas este foi atrás do caloteiro em Marselha e acabou caindo no cativeiro dos turcos. Esse relato só se tornou conhecido através de uma carta que Vicente este escreveu para o senhor de Comet filho, dia 24 de julho de 1607.

Duro cativeiro


Quando queria voltar para Tolosa, depois de ter recuperado parte do dinheiro, um homem convidou para embarcar até Narbona e assim diminuiria a sua despesa em 50 quilômetros de trajeto. Foi funesta, mas acreditava ser a Divina Providência que agia. Os turcos então assaltaram a embarcação e os tripulantes foram obrigados a se renderem. Quando chegaram a Túnis os colocaram a venda como escravos com a declaração de que eram presos de navios espanhóis, pois ao contrário não poderiam prendê-los devido ao acordo com a França. Vicente foi vendido a um pescador que logo vendeu a um médico químico, destilador de essências que tentava descobrir a pedra filosofal. Ele não tinha descoberto a fabricação de ouro porque a ciência era ainda muito atrasada. O velho médico veio a falecer e seu sobrinho misterioso herdou tudo e logo vendeu Vicente, pois logo estaria chegando o embaixador da França em Constantinopla para libertar os cristãos e franceses que estavam em condições de escravidão. Vicente foi vendido a um renegado de Nice, homem cruel e desumano, que o levou para uma região quente e desértica para trabalhar cultivando a terra e a noite resistir as tentações das duas mulheres do renegado. Uma delas foi que serviu para livrá-lo da escravidão e converter o marido. Tudo porque ouvia Vicente rezar e cantar Salve Regina. Foram então e em Avinhão se encontraram com o Vice-Legado do Papa que recebeu o renegado que tinha se convertido, na Igreja de São Pedro.

A história dessa carta

Vicente de Paulo, após esse episódio do cativeiro, mais tarde se tornou o maior consolador das galés porque ele um dia também já tinha sido um prisioneiro. Havia uma carta nas mãos do senhor João de Saint-Martin d´Agés, esposo de Catarina de Comet, que contava esse episódio da vida de São Vicente, do qual ele havia esquecido por mais de cinqüenta anos. O Irmão Ducournau escreveu a este e pediu para que fosse enviado para o padre João Watebled, no colégio “Bons Enfants”, para que fosse arquivado. Este imediatamente fez e enviou a carta, pois sabia que um dia ela seria muito importante para demonstrar a vida deste santo homem.
Vicente percebendo que estava perto de sua morte escreveu para este senhor e pediu a carta, mas Vicente não sabia que ela estava nos arquivos da Casa-Mãe. Esta permaneceu lá até 13 de julho de 1789, quando a casa foi saqueada. Depois esta foi vendida e trocada várias vezes até chegar às mãos novamente dos vicentinos.

Viagem a Roma – regresso à França

O vice-legado, Pedro Montório, pediu para que Vicente escrevesse pedindo que enviassem a ele o certificado de ordenação para que pudesse então intervir em favor de Vicente. O bispo de Dax não assinou na primeira vez e Vicente escreveu outras vezes para que enviassem a ele dizendo que enviaria o dinheiro das despesas. Lá em Roma continuava os seus estudos, assistia o curso da ilustre Sapientia dirigido pelos dominicanos, a noite, na casa do vice-legado, se encontrava com pessoas importantes da Itália e da França. Ele chamava a atenção de todos por sua piedade, humildade, prudência e bom senso.
Nesse ano de 1608, Henrique IV estava no auge pacificando a França e tornando-se rei de toda a nação. Tinha o plano de coligar a Inglaterra, Holanda, Suécia, e Dinamarca, nações protestantes, e a França católica, e lançá-las contra a Espanha e Áustria. Essa idéia continuou com Richelieu e Mazarino que levaram a vitória. Roma precisava enviar confidencias para França e a responsabilidade cai então em cima de Vicente. Ele embarcou então no início do ano de 1609 para comunicar o assunto a Henrique IV. Devido a sua humildade, nunca se ouviu dizer uma única palavra do que era.

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