A família de Gondi era originária de Florença, na Itália, e foi subindo em cada geração, até chegar ao apogeu nos reinados de Henrique III e Henrique IV, quando Alberto de Gondi alcançou os mais altos cargos de Estado, e seu irmão, Pedro de Gondi, exerceu todas as dignidades da Igreja. Henrique de Gondi, por influência de Vicente de Paulo tornou-se bispo piedoso, depois cardeal e posteriormente foi arcebispo da metrópole. Felipe Manuel era casado com Francisca Margarida de Silly. Quando ele perdeu sua esposa não achou outro caminho senão refugiar-se na vida religiosa. Eles tiveram três filhos. O mais velho, Pedro, nascido em Paris foi duque de Retz, conspirou contra Richelieu e Mazarino. O segundo chamava-se Henrique que ambicionava ser cardeal, mas aos dez ou onze anos veio a falecer. O terceiro João Francisco Paulo, ingressou na vida eclesiástica mesmo sem querer só para agradar os pais. E foi cardeal de Retz.
As funções do preceptor.
Vicente era responsável pela educação dos filhos. Sempre que Vicente tinha folga ele voltava para Clichy pelos deveres de vigário. Quando a família de Gondi ia para o castelo de Montmirail ou de Villepreux Vicente se dedicava a evangelização das populações rurais desses sítios para que pudessem fazer a confissão geral. Sempre que possível fugia das grandes sociedades preferindo o silêncio e a solidão.
Um dia quando o senhor de Gondi iria bater-se em duelo foi assistir a Missa antes e Vicente com uma pequena conversa conseguiu tirar isso da cabeça dele e por fim se abriu totalmente a graça de Deus. A condessa de Gondi desde 1614 escolheu-o para ser diretor de consciência, mas ele recusou. Então por influência do padre de Bérulle ela ganhou a causa. Ele então a aconselhou que se dedicasse às obras de caridade, no qual esta aceitou prontamente. Nesse tempo Vicente contraiu grave enfermidade nas pernas que durou para o resto de sua vida.
Sermão de Folleville
No ano de 1615 o conde de Gondi recompensou Vicente nomeando cônego e tesoureiro do Capítulo de Ecouis da diocese de Ruão. Talvez pela doença ele só tomasse posse 24 de maio de 1615. Depois disso pediu para que tivesse um suplente como de costume. Talvez depois da nomeação do suplente Vicente nunca mais tivesse voltado para lá. Em 29 de outubro ele recusou a abadia de S. Lourenço de Chaumes.
O maior prazer de Vicente era quando os senhores iam para o castelo e ele podia ter sua vida missionária. Em Gannes em 1617, foi atender um senhor de sessenta anos cuja vida era torturada por pecados passados, mas diante de todos esse homem era tido como homem de bem. Vicente então aconselhou que fizesse a confissão geral e este se sentiu aliviado após.
Quando ele relatou a senhora de Gondi ela se surpreendeu e viu que era necessário fazer isso para todas as pessoas de suas terras, pois muitos deveriam estar nessa mesma situação. Então no dia 25 de janeiro de 1617, no dia da conversão de São Paulo a senhora de Gondi pediu para que pregasse na capela de Folleville para exortar sobre a confissão geral. Depois da Missa todos vieram porque queriam se confessar, assim continuou a fazer em outros dias tendo que chamar padres jesuítas para que pudessem ajudá-lo. Vicente então teve que escrever a fórmula de absolvição para um deles porque não sabiam como era. Eram ignorantes da religião e isso fazia com que Vicente ficasse decepcionado com a situação do clero francês na época. A condessa então pagava 16.000 libras para os religiosos que se dispusessem a pregar missões em suas terras.
Então a fundação da Congregação da Missão para Vicente era o dia 25 de janeiro de 1617, no qual ele fez o sermão de Folleville.
São Vicente retira-se da casa de Gondi
Vicente, com o pretexto de uma pequena viajem, fugiu da casa dos de Gondi e quando estava na pequena cidade abandonada de Chantillon-les-Dombes escreveu a eles contando com a sua decisão. Diante de tantos acontecimentos históricos Vicente queria ficar longe do castelo e Bérulle aceitou, pois queria mesmo um padre para que ficasse naquela região.
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